segunda-feira, 19 de setembro de 2011

ESCRAVO E ESCRAVIDÃO NO BRASIL - HISTÓRIA DA ÁFRICA E AFRO-BRASILEIRA...


O NEGRO, A ESCRAVIDÃO E O BRASIL: A Negritude brasileira.


GENÉTICA
O Brasil recebeu cerca de 37% de todos os escravos africanos que foram trazidos para a América. A quantidade total de africanos subsaarianos que chegaram no Brasil tem estimativas muito variadas: alguns citam mais de três milhões de pessoas[carece de fontes?], outros quatro milhões. O tráfico de negros da África começou por volta de 1550.
Durante o período colonial, os escravos de origem africana ou indígena eram a quase totalidade da mão-de-obra da economia do Brasil, utilizados principalmente na exploração de minas de ouro e na produção de açúcar.
Os homens eram a grande maioria dos escravos traficados, o que afetava o equilíbrio demográfico entre a população preta. No período 1837-1840, os homens constituíam 73,7% e as mulheres apenas 26,3% da população escrava. Além disto, os donos de escravos não se preocupavam com a reprodução natural da escravaria, porque era mais barato comprar escravos recém trazidos pelo tráfico internacional do que gastar com a alimentação de crianças. Em relação à grande quantidade de africanos que aqui chegaram, a sociedade brasileira têm até poucos de seus genes, possivelmente devido o desequilíbrio que havia entre a quantidade de homens e mulheres, além da maior mortalidade entre a população de escravos.
Embora tenha sido proibido por várias leis anteriores, o tráfico internacional de escravos para o Brasil só passou a ser combatido através da lei Eusébio de Queirós de 1850, depois da pressão política e militar da Inglaterra.
A escravidão foi diminuída no decorrer do século XIX com a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários, mas somente em 1888 foi definitivamente abolida através da Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel.
No decorrer do século XX, muitas expressões culturais afro-brasileira começaram a ser aceitas pelas elites brasileiras. As formas de música popular e danças afro-brasileiras tornaram-se então muito disseminadas, destacando-se a fama internacional do samba. Mestre Bimba apresentou, em 1953, a capoeira ao presidente Getúlio Vargas que a chamou de "único esporte verdadeiramente nacional".
Também no decorrer do século XX, as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda carioca passou a ser seguida por alguns membros da classe média-branca. O futebol, esporte inicialmente dos brancos, passou a ter também jogadores pretos. Chegou-se assim ao paradoxo da situação atual em que a cultura afro-brasileira ocupa uma posição de destaque no âmbito popular, mas a participação dos pretos é pequena na política, na literatura, nas ciências e na produção artística mais erudita das elites brasileiras.
Origens
O tráfico negreiros classificava os escravos utilizando vários termos como Nagôs, Jejes, Mina, Angolas, Congos e Fulas, os quais se referem mais propriamente à região de origem do que a nações ou culturas. Cada um destes termos inclui, portanto, diferentes etnias. Outra fonte de confusão é que muitas vezes os escravos eram classificados pelo tráfico negreiro de acordo com a língua que falavam ou entendiam como, por exemplo, Nagôs (que entendiam Iorubá) e Haúças (que entendiam a língua haúça, língua comercial espalhada por toda África Central, antigamente chamada de sudanês).
Os africanos mandados para o Brasil são divididos grosso modo em dois grandes grupos: os Bantu e os oeste-africanos.
Bantus
Os Bantus são descendentes de um grupo etnolingüístico que se espalhou rápida e recentemente desde a atual região de Camarões em direção ao sul, atingindo tanto o litoral oeste quanto o leste da África. Como esta expansão foi recente, as diferentes nações Bantus têm muitos aspectos étnico-culturais, linguísticos e genéticos em comum, apesar da grande área pela qual se espalharam.
Os Bantus trazidos para o Brasil vieram das regiões que atualmente são os países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo, Moçambique e, em menor escala, Tanzânia. Pertenciam a grupos étnicos que os traficantes dividiam em Cassangas, Benguelas, Cabindas, Dembos, Rebolo, Anjico, Macuas, Quiloas, etc.
Constituíram a maior parte dos escravos levados para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e para a zona da mata do Nordeste.
Oeste-africanos
Os oeste-africanos provinham de uma vasta região litorânea que ia desde o Senegal até à Nigéria, além do interior adjacente. A faixa de terra fronteiriça ao sul da região do Sahel, que se estende no sentido oeste-leste atravessando toda a África, é denominada Sudão. Frequentemente, os escravos de origem oeste-africana são chamados de sudaneses, o que causa confusão com os habitantes do atual Sudão, que comprovadamente não forneceu escravos para as Américas. Além disto, apenas parte dos escravos de origem oeste-africana vieram da vasta região chamada Sudão. Os nativos do oeste-africano foram os primeiros escravos a serem levados para as Américas sendo chamados, nesta época, de negros da Guiné.
Os oeste-africanos eram principalmente nativos das regiões que atualmente são os países de Costa do Marfim, Benim, Togo, Gana e Nigéria. A região do golfo de Benim foi um dos principais pontos de embarque de escravos, tanto que era conhecida como Costa dos Escravos. Os oeste-africanos constituíram a maior parte dos escravos levados para a Bahia.
Rotas do tráfico entre Brasil e África
Cada época da História do Brasil tem diferentes portos importantes de embarque de escravos, e cada porto recebia escravos provenientes de uma grande região que ia até de centenas de quilômetros para o interior da África. Portanto, a origem étnica dos escravos recebidos no Brasil é muito variada, além de se ter alterado ao longo dos séculos de tráfico negreiro.
Apesar disto, os grupos étnicos acabaram se dividindo por locais, com preponderância dos Bantos no Rio de Janeiro e dos escravos oeste-africanos na Bahia e norte do Brasil. Uma das razões foi o momento histórico em que ocorreu cada ciclo econômico em uma região diferente do Brasil (açúcar no nordeste, ouro em Minas Gerais e café no Rio de Janeiro) e a oferta maior de escravos em uma região da África
Os portos de embarque na África concentravam escravos provenientes de uma grande região que ia até de centenas de quilômetros pelo litoral e para o interior do continente. De modo simplificado, podemos dizer que os escravos africanos trazidos para o Brasil originavam-se nos seguintes locais de embarque:
* Oeste-Africano: portos do Senegal e Gâmbia (em menor escala, a ilha de Gorée),[14][15] Mina (hoje Elmina) em Gana, Uidá em Benim e Calabar na Nigéria;
* Centro-oeste Africano: portos de Cabinda (próximo a foz do rio Congo) e Luanda, ambos na atualAngola;
* Leste Africano: portos de Ibo, Lourenço Marques e Inhambane em Moçambique; portos de Zanzibar e Quiloa na atual Tanzânia.
Cada época da História do Brasil tem diferentes portos importantes de embarque de escravos na África, portanto, a origem étnica dos escravos recebidos no Brasil é muito variada ao longo dos séculos de tráfico negreiro. Ao mesmo tempo, cada ciclo econômico (açúcar no nordeste, ouro em Minas Gerais e café no Rio de Janeiro) fazia com que uma região diferente do Brasil demandasse mais mão-de-obra escrava do que as outras. Assim temos:
* séculos XVI e XVII: portos do Senegal e Gâmbia (em menor escala, a ilha de Gorée) enviando escravos da região oeste-africana (negros da Guiné) principalmente para Salvador e Recife;
* séculos XVIII: Portos de Mina, Uidá, Calabar; Cabinda e Luanda; e Zanzibar enviando escravos que eram desembarcados principalmente em Salvador e Rio de Janeiro, de onde a maior parte ia para a Minas Gerais;
* século XIX: Portos de Mina, Uidá e Calabar; Cabinda e Luanda; Zanzibar e Quiloa; Ibo, Lourenço Marques e Inhambane enviando escravos que eram desembarcados principalmente em Salvador e Rio de Janeiro, de onde a maior parte seguia para as plantações de café no vale do Paraíba do Sul e cana-de-açúcar do norte fluminense.
Na primeira metade do século XIX, em que ocorreu o apogeu do tráfico de escravos para o Brasil, os escravos do oeste-africano iam principalmente para Salvador, enquanto os centro-oeste e leste-africano iam principalmente para o Rio de Janeiro. A razão é simplesmente a distância menor entre portos de embarque e desembarque, transportando uma carga que literalmente perecia com as más condições da viagem. Deste modo, os grandes grupos étnicos acabaram predominando em alguns locais como os Bantos no Rio de Janeiro e dos escravos oeste-africanos na Bahia e norte do Brasil
Origens
O tráfico negreiros classificava os escravos utilizando vários termos como Nagôs, Jejes, Mina, Angolas, Congos e Fulas, os quais se referem mais propriamente à região de origem do que a nações ou culturas. Cada um destes termos inclui, portanto, diferentes etnias. Outra fonte de confusão é que muitas vezes os escravos eram classificados pelo tráfico negreiro de acordo com a língua que falavam ou entendiam como, por exemplo, Nagôs (que entendiam Iorubá) e Haúças (que entendiam a língua haúça, língua comercial espalhada por toda África Central, antigamente chamada de sudanês).
Os africanos mandados para o Brasil são divididos grosso modo em dois grandes grupos: os Bantu e os oeste-africanos.
Bantus
Os Bantus são descendentes de um grupo etnolingüístico que se espalhou rápida e recentemente desde a atual região de Camarões em direção ao sul, atingindo tanto o litoral oeste quanto o leste da África. Como esta expansão foi recente, as diferentes nações Bantus têm muitos aspectos étnico-culturais, linguísticos e genéticos em comum, apesar da grande área pela qual se espalharam.
Os Bantus trazidos para o Brasil vieram das regiões que atualmente são os países de Angola, República do Congo, República Democrática do Congo, Moçambique e, em menor escala, Tanzânia. Pertenciam a grupos étnicos que os traficantes dividiam em Cassangas, Benguelas, Cabindas, Dembos, Rebolo, Anjico, Macuas, Quiloas, etc.
Constituíram a maior parte dos escravos levados para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e para a zona da mata do Nordeste.
Oeste-africanos
Os oeste-africanos provinham de uma vasta região litorânea que ia desde o Senegal até à Nigéria, além do interior adjacente. A faixa de terra fronteiriça ao sul da região do Sahel, que se estende no sentido oeste-leste atravessando toda a África, é denominada Sudão. Frequentemente, os escravos de origem oeste-africana são chamados de sudaneses, o que causa confusão com os habitantes do atual Sudão, que comprovadamente não forneceu escravos para as Américas. Além disto, apenas parte dos escravos de origem oeste-africana vieram da vasta região chamada Sudão. Os nativos do oeste-africano foram os primeiros escravos a serem levados para as Américas sendo chamados, nesta época, de negros da Guiné.
Os oeste-africanos eram principalmente nativos das regiões que atualmente são os países de Costa do Marfim, Benim, Togo, Gana e Nigéria. A região do golfo de Benim foi um dos principais pontos de embarque de escravos, tanto que era conhecida como Costa dos Escravos. Os oeste-africanos constituíram a maior parte dos escravos levados para a Bahia.
Pesquisas genéticas
Uma recente pesquisa genética, encomendada pela BBC Brasil, analisou a ancestralidade de 120 brasileiros auto-declarados pretos que vivem em São Paulo.[26] Foram analisados o cromossomo Y, herdado do pai, e o DNA mitocondrial, herdado da mãe. Ambos permanecem intactos através de gerações porque não se misturam com outros materiais genéticos provenientes do pai ou da mãe, salvo as raras mutações que podem ocorrer. O DNA mitocondrial de cada pessoa é herdado da sua mãe, e esta o herdou do ancestral materno mais distante (a mãe da mãe da mãe etc). Já o cromossomo Y, presente apenas nos homens, é herdado do pai, e este o herdou do ancestral paterno mais distante (o pai do pai do pai etc).
Miscigenação racial dos brasileiros
Valores arredondados provenientes de duas pesquisas independentes feitas respectivamente com brasileiros pretos e com brasileiros brancos:
Origem Negros Porc.(%) Brancos Porc.(%)
Materno(DNAmt)
África subsaariana 85% 29%
Européia 2,5% 38%
Ameríndia 12,5% 33%
Paterno (Cromossomo Y)
África subsaariana 48% 2%
Européia 50% 98%
Ameríndia 1,6% 0%

Esta pesquisa mostrou proporções quase iguais de pessoas com Cromossomo Y provenientes da Europa (50%) e da África subsaariana (48%) no grupo de brasileiros pretos que foi analisado. Com segurança pode-se afirmar que metade (50%) desta amostra de pretos brasileiros são descendentes de pelo menos um europeu homem. Por outro lado, esta pesquisa mostrou que no grupo de brasileiros e brasileiras pretos analisados, cerca de 85% das pessoas tinham DNA mitocondrial originado de uma antepassada da África subsaariana e 12,5% de uma índia.
Se o grupo analisado representa uma boa amostra da população brasileira, pode-se dizer que os brasileiros pretos descendem pelo lado paterno tanto de europeus quanto de africanos subsaarianos, embora pelo lado materno sejam na maior parte descendentes de africanas subsaarianas (85%). Nota-se também que uma parte considerável (12,5%) deste grupo de brasileiros auto-declarados pretos é descendentes pelo lado materno de pelo menos uma ancestral índia.
A mesma pesquisa genética também analisou a ancestralidade de brasileiros pretos famosos. O resultado surpreendeu ao mostrar que pessoas auto-classificadas e consideradas pretas perante a sociedade apresentam alto grau de ancestralidade europeia. Alguns resultados obtidos foram:
* Daiane dos Santos, atleta : 40,8% de genes europeus, 39,7% da África subsaariana e 19,6% ameríndios;
* Neguinho da Beija-Flor, sambista : 67% de genes europeus e 32% da África subsaariana;
* Ildi Silva, atriz : 71,3% de genes europeus, 19,5% de genes da África subsaariana e 9,3% ameríndios;
* Sandra de Sá, cantora : 96,7% de genes da África subsaariana;
* Milton Nascimento, compositor e cantor : 99,3% de genes da África subsaariana.

sexta-feira, 18 de março de 2011

A FORMAÇÃO HISTÓRICA DE SALINÓPOLIS

Desde 1613 já existe relatos de Daniel de La Toche, capitão Francês, sobre as costas de Virianduba, quando saiu do Maranhão em direção ao Mar Dulce (Rio Amazonas), ele desembarcou na região mais peninsular e tentou se abastecer, assim como, conhecer os índios tupinambás que viviam na região. A estadia do Capitão foi breve, e logo rumou para seu destino.
A efetiva colonização portuguesa se deu na região com a tentativa de prevenir os frequentes naufrágios nas imediações da costa paraense, e devido a existência de barrancos de areias em áreas como na frente de Virianduba, porquanto achava-se insuficientes as fogueiras que guiavam as embarcações, determinou o então governador do Grão-Pará e Maranhão, que fosse construída uma guarita em local estratégico, de onde o vigia pudesse avisar os navegantes, com tiros de canhão, a proximidade do canhão de entrada e de um banco de areia nas proximidades.
Com a efetiva colonização do homem branco, Virianduba – Terra de Pássaros – passou a se chamar Salinas. Nome que provinha da existência de salinas naturais encontradas em toda a costa.
Para substituir a antiga forma de sinalização na região, foi construído um Farol Náutico, visto que o Canhão de sinalização foi abalado pela fúria do mar. Em 1852 inaugurava-se o primeiro Farol, construído em um barranco na Ilha do Atalaia, sobre uma base de pedra, tijolo e cal, de 20 metro de altura por 8 de diâmetro. O seu alcance era de 20 metro e resistiu por 70 anos.
Na segunda metade do século XX Salinópolis já era uma cidade simpática e já recebia turistas de varias regiões, começou então a haver o processo de valorização imobiliária do espaço e consequentemente a intensificação do avanço antrópico sobre as áreas até então com natureza virgens, principalmente na região do Maçarico, em seguida na Área do Atalaia.
A AÇÃO ANTRÓPICA NA PRAIA DO ATALAIA
O advento da cidade como ponto turístico do Estado provocou uma série de mudanças sócio-econômicas e ambientais na cidade. No que se refere ao meio ambiente, passou-se a ser mais evidenciado o avanço da ação do homem nas áreas de manguezais e em matas virgens. A ação antrópica ainda é muito evidenciadas nas praias de Salinópolis, e as que sofrem ação mais intensa são as praias do Atalaia e do Maçarico.
A praia do Maçarico recebeu há pouco mais de uma década a Orla, evitando a entrada de automóveis na mesma, possibilitando então um processo de sucessão ecológica, pois as áreas de dunas passaram a ter vegetação, e esta vegetação já está de médio porte.
Já a Praia do Atalaia ainda é aberta à circulação veicular e recebe uma grande quantidade de turistas durante as temporadas, percebe-se então um intenso pisoteiamento das areias, assim como, as precárias estruturas logísticas dos quiosques (barracões) existentes na mesma, pois suas condições sanitárias impelem detritos, na maioria das vezes direto no mar. Ainda é percebível no Atalaia a falta de coleta regular de lixo na praia, desta forma, o que acontece é que os usuários da praia deixam seus restos de consumo e lixos na praia.
É notável então que algumas ações regulatórias do uso da raia do Atalaia devem ser feita para melhor conservar a praia, buscando diminuir, acima de tudo, a agressão ao meio ambiente.

segunda-feira, 7 de março de 2011

PENSANDO SOBRE A CIÊNCIA HISTÓRICA...

TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA
O que é História?
Antes de começarmos o estudo da História é preciso entender as minúcias deste termo, pois o mesmo pode ser entendido como polissêmico, visto que de acordo com o tempo ganhou adaptações conceituais.
O filósofo Voltaire, ao tratar do conceito de História, em seu Dicionário Filosófico, argumenta que “História é a narração de fatos verdadeiros, ao contrário da fábula, narração de fatos fictícios”. E continua: “O início de toda história está nas narrativas que os pais contam aos filhos e são transmitidas de geração a geração” (p. 267).
A visão do Filósofo Voltaire era de uma história atrelada à Filosofia, mãe das Ciências, e não a de uma Ciência Histórica, pois o mesmo viveu no século XVIII, quando a História começa a ter outro sentido, consolidado no século XIX, desta forma, para ele a história era uma simples narrativa.
Já o Dicionário de Conceitos Históricos (Silva e Silva, 2006), emerge um significado mais contemporâneo para o termo em questão. Para os autores, “a função da História é fornecer explicações para as sociedades humanas, sobre suas origens e as transformações pelas quais estas passam. Essas explicações, por mais diversas que sejam, são feitas sempre sobre uma base comum, a temporalidade”.
A concepção de história mais influente no século XX e XXI é a de Marc Bloch. Para ele, a verdade era um dois princípios fundamentais da História, algo que o historiador deveria procurar identificar. Caberia assim, ao historiador, a tarefa de julgar os fatos, tentando alcançar a verdade.
Para o Historiador Eric Hobsbawm, o passado e a História são usados para legitimar ações do presente, ações políticas de diferentes cunhos, nacionalistas, étnicos, etc. E nesse caso, o historiador não pode se furtar a criticar seus maus usos.
Os métodos do estudo da História
Para os metódicos – os positivistas hoje são mais conhecidos – a História era feita de documentos escritos, sendo a principal tarefa do historiador era recolhê-los e submetê-los à crítica externa e à crítica interna para comprovar sua autenticidade. Nessa concepção, os documentos transmitiam o conhecimento histórico por si. Assim, segundo essa corrente, o documento era a prova concreta e verídica de um passado imutável que não precisava ser interpretado.
Mas, a partir da década de 1930, um grupo de historiadores franceses associados a revista Annales, impulsionaram a crítica à essa concepção de documento, influenciados por Karl Marx, precursor da contestação da pretensa objetividade imparcial da História, não , ainda no século XIX. Para Marx, todo historiador estava ligado a uma classe, não podendo ser imparcial, premissa que guiou a pesquisa dos materialistas históricos e dos Annales para o campo da interpretação e da análise, mudando o conceito de documentos.
A partir de então, o fato histórico deixou de ser entendido como dado de forma verídica e real pelos documentos; ele precisaria ser construído pelo historiador a partir de uma conjunção de fatores presentes e passados.
Ao mesmo tempo, uma emergente metodologia histórica, a História Oral, trouxe idéias inovadoras para a noção de fonte histórica, principalmente por criar seus próprios documentos: as entrevistas. O registro oral é o documento construído pelo historiador, tomando como base a memória do entrevistado.
O trabalho do Historiador
O historiador se apropria de muitas outras ciências, teorias, métodos e técnicas, buscando sempre atender sua tarefa primordial: “apreender o todo como uma combinação particular de seus elementos”. Seguindo isto, alguns historiadores parecem perceber a evolução da humanidade como um processo que parte gradativamente de um estado de completa homogeneidade para um de crescente diferenciação e complexidade social.
Nessa evolução, nossos ancestrais vêm deixando, há milhões de anos sinais de sua existência, como restos de construção, objetos de usos domésticos, vestimentas, calçados, obras de arte, pinturas, cartas.
Os historiadores chamam esses materiais de diferentes formas: documentos históricos, fontes históricas ou evidencias históricas.
Em seu trabalho de reconstrução do passado, portanto, os historiadores usam tanto informações de textos escritos quanto de outros tipos de evidencia, como pinturas, fotografias ou instrumento de uso cotidiano. Com isso, podem interpretar tanto a História das sociedades que possuíam escritas quanto a das que não a dominavam, e assim desvendar o passado das mais diferentes regiões do mundo.